Depois de ser apelidada de "a menina dos ossos de vidro" resolvi ir no shopping comprar um tênis que não seja um all star, pra ver se eu diminuo a minha cota de três para duas torções anuais.
Aproveitei a desculpa, que não colou com a minha mãe, de que precisamos passar mais tempo em família e arrastei minha avó pro shopping. Calma ai, não foi só uma desculpa, eu não sou uma sem coração exploradora, nós realmente precisamos passar mais tempo juntas, mas a minha mãe prefere fazer isso com uma quarta companhia, a da televisão ¬¬. Mentira, quer dizer, mais ou menos, entre a tv e o shopping ela fica com a primeira opção.
Enfim, fui pro shopping com a vovs atrás do tal tênis, atravessamos o universo nem um pouco criativo das sapatarias em que quase todas elas tem um nome com pés no final (sonho dos pés, desejo dos pés, paraíso dos pés, pontapé, magia dos pés). No trajeto entre todas essas e mais algumas a minha avó espertamente encontrava um lugar para se recostar. Era eu avistar uma sapataria que ela ja estava sentada em um banquinho dentro dela ou em um daqueles "espaços lounges" que estão espalhados pelo Barrashopping.
Depois de olhar muitas vitrines e passar algum tempo procurando o banquinho onde estaria a minha avó, eu encontrei o tênis numa sapataria que não tinha pé no final. Paquetá, não, eu não fui à Paquetá, também não estou fazendo propaganda da loja (a não ser que isso me dê um abatimento no valor do tênis). Comprei lá por que quis, e isso é absoluto, o que vem depois disso é relativo, não tente entender se você não fizer metodologia da comunicação comigo, não comigo , eu não sou a professora, na minha turma.
O que importa é que o reino do pé perdeu a luta contra Paquetá (alguém me responde por que essa loja tem esse nome, Paquetá é um polo de fabricação de sapatos ? Não. Né? Ah, não importa.)
Depois disso fomos almoçar no oriento, lá tem comida normal e comida japonesa, atendia ao meu gosto e ao da minha avó. Acontece que depois de se servir ao invés de pagar a minha avó saiu correndo e eu fiquei parada no caixa sem entender absolutamente NADA. Falei com a atendente do caixa:
-Moça eu prometo que não vou dar calote , mais eu acho que a minbha avó teve algum probleminha, já volto pra pagar!
Quando encontrei a minha avó ela estava sentada ao lado de uma moça que estava tentando dizer a ela que a mesa estava ocupada, as vezes velho é foda. Morrendo de vergonha eu pedi desculpas a moça, convenci minha vó a levantar e lembrei que ainda não tinha pago. foi quando eu me dei conta de que eu não precisava da minha avó pra pagar por que o cartão estava na minha bolsa. Naquele momento eu pude imaginar claramente a minha avó dizendo:
-Depois velho que é foda!
Paguei a conta, encontrei uma mesa desocupada, sentamos, comemos. Ela comida normal e eu japonesa, comida japonesa.
-Vamos embora, estou cansada
-Cansada de que vó
-De andar
-Mais você ficou sentada em todas as sapatarias
-Vamos pra casa, agora eu quero tomar banho e dormis
-Caraca vó, quando a idade chega..
-Você vai saber quando ficar velha.
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